Relações com Investidores

Guia de modelagem

De forma a facilitar o entendimento das principais linhas que compõem os nossos resultados operacionais e financeiros e que servem de base para a modelagem financeira da Companhia, apresentamos a seguir uma breve descrição das principais linhas:

 

Capacidade

Capacidade de Transporte Ferroviário

Capacidade da Via Permanente medido em Pares de Trem por Dia (pdt/dia) – O que determina a capacidade de um trecho em uma ferrovia é o tempo em que dois trens, em sentidos opostos, levam entre um pátio e outro.

Para cálculo da capacidade expressa da via em pares de trem por dia (pdt/dia) usamos a seguinte fórmula:

Capacidade: [(nº de minutos em 1 dia) / ((tempo de percurso entre pátios * 2) + tempo de licenciamento)] x Coef. Colson
Em que:
Nº de minutos em um dia: 24 horas x 60 minutos = 1.440 minutos
Tempo de Licenciamento: tempo em espera do trem em sentido oposto
Coeficiente de Colson: representa o tempo em que haverá trem para utilizar a via (75% significa 25% de ociosidade

Exemplo: 

Trem Tipo

Composição padrão para transporte de determinado produto dentro de cada trecho, com características semelhantes de número de locomotivas e vagões, peso bruto e útil da composição (TB e TU) e comprimento do trem. As informações de Trem Tipo podem ser encontradas na Declaração Anual de Rede de cada malha.

Exemplo: Trem Tipo Malha Norte

Capacidade por trecho em toneladas úteis (TU)

O racional para calcular a capacidade anual em TU de um determinado trecho da via segue seguinte racional.

Capacidade Anual por trecho em TU: 
Nº de pdt/dia no trecho x Nº de dias de operação x Nº de vagões do trem tipo x Média de TU por vagão.

Declaração Anual de Rede (ANTT)

As informações completas sobre trem tipo, capacidade de pdt/dia entre pátios, número de dias em operação, distância entre trechos e outras informações, para as cinco malhas sob concessão da Companhia, são descritas anualmente na Declaração de Rede, documento obrigatório para cumprimento das exigências de abertura de informações operacionais para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), disponíveis neste link.

Os documentos de Declaração de Rede mais atualizados das malhas ferroviárias detidas pela Companhia seguem abaixo:

Malha Norte Malha Paulista Malha Oeste Malha Sul
Declaração de Rede em pdf (2017)
Declaração de Rede em excel (2019)
Declaração de Rede em pdf (2017)
Declaração de Rede em excel (2019)
Declaração de Rede em pdf (2017)
Declaração de Rede em excel (2019)
Declaração de Rede em pdf (2017)
Declaração de Rede em excel (2018)

 

Volumes

Volumes de Transporte Ferroviário

Os volumes transportados pela Companhia são expressos em TKU (Tonelada por Kilômetro Útil), métrica que reflete a relação entre a tonelada útil transportada e a distância percorrida.

Abaixo seguem as distâncias médias dos principais corredores:

Grãos Açúcar Combustíveis
  • Rondonópolis (MT) – Santos (SP): 1.630 km
  • Maringá (PR)/Londrina (PR) – Paranaguá (PR)/São Francisco (SC): 660 km
  • Cruz Alta (RS)/Rio Grande (RS): 850 km
  • Interior de São Paulo (SP) – Santos (SP): 660 km.
  • Maringá (PR)/Londrina (PR) – Paranaguá (PR)/São Francisco (SC): 660 km
  • Fluxos internos Malha Norte: 1.100 km
  • Fluxos internos Malha Paulista: 1.000 km
  • Fluxos internos Malha Sul Paraná: 500 km
  • Fluxos internos Malha Sul Rio Grande do Sul: 680 km

Deve-se ter em mente que o volume atendido é uma relação entre a capacidade do corredor e condições de mercado. Na capacidade do corredor deve-se avaliar como os fluxos em conjunto consomem a capacidade disponível naquele corredor. Já na análise de mercado tem-se uma relação de elasticidade preço demanda e um crescimento projetado para cada um dos produtos transportados.

Contexto de mercado e sazonalidade

Destacamos a seguir o calendário das principais commodities agrícolas transportadas pela Rumo que respondem por cerca de 70 a 80% do volume transportado por nossas ferrovias.

Contexto de Mercado e Sazonalidade

Destacamos a seguir o calendário das principais commodities agrícolas transportadas pela Rumo que respondem por cerca de 70 a 80% do volume transportado por nossas ferrovias.

Fonte: SLC Agrícola, Raízen, São Martinho, SECEX, Embrapa, BofA Merrill Lynch Global Research.

Históricos

O histórico de volumes transportados (TKU) e elevados (TU) pode ser encontrado na seção de Fundamentos e Planilhas, tanto consolidado como por segmento (Operação Norte, Sul e Contêineres).

Tarifas

Dinâmica de Fretes no Mercado Brasileiro

Os preços de frete no mercado brasileiro são formados com base na livre negociação entre a oferta e a procura. Algumas variáveis exercem influência adicional sobre os valores estabelecidos, tais como a distância percorrida, os custos operacionais, a possibilidade de obtenção de carga de retorno, a agilidade dos processos de carga e descarga, a sazonalidade da demanda por transporte, o prazo de entrega e alguns aspectos geográficos. O comércio agrícola é especialmente sensível a mudanças nos custos de transporte uma vez que representam parcela significativa dos preços finais.

Dada a dinâmica descrita acima, não há no mercado brasileiro uma referência oficial para os preços de fretes rodoviários e/ou ferroviários. Rotas rodoviárias de grande importância são monitoradas por institutos econômicos de pesquisa, de forma a verificar a evolução dos preços praticados pelo mercado. Esses dados podem eventualmente servir como balizadores de negociações específicas para determinados produtos e seus respectivos destinos.

Dinâmica Anual de Contratos

Historicamente, 70% de nossos volumes são contratados pelos nossos clientes antes do início da safra, sendo acordados volumes a serem atendidos e tarifas a serem praticadas. Essas tarifas possuem uma dinâmica de ajuste automático de repasse de inflação (IGP-M) e variações no preço do diesel (ANP), em uma proporção de 60-20% respectivamente. Os 30% restantes de nossos volumes são contratados por nossos clientes, historicamente, durante o período da safra, sendo praticadas tarifas relativas ao preço spot.

Histórico

O histórico das tarifas praticadas pela Companhia (em R$/TKU x 1.000) pode ser encontrado na seção de Fundamentos e Planilhas, tanto consolidado como por segmento (Operações Norte, Sul e Contêineres).

A receita da Companhia é composta de receita de transporte, receita de elevação e outras receitas.

Receita de Transporte

A receita de transporte é uma função da tarifa média praticada (R$/TKU x 1.000) multiplicada pelo volume total transportado em TKU.

Os contratos de transporte ferroviário possuem cláusulas de Take or Pay (mecanismo de proteção, acordado com clientes, que prevê o pagamento de um volume mínimo transportado, independentemente de o transporte ter ocorrido) em que a Companhia está sujeita a duas situações: (i) receber o percentual estipulado em contrato no caso de não colocação do volume pelo cliente, ou (ii) pagar quando não disponibiliza capacidade mínima contratada para o cliente. Tais estimativas são realizadas com base nos contratos e volumes realizados até dado momento e uma provisão é reconhecida. Para os casos a receber, a prática é reconhecer somente quando existir plena certeza do montante. Durante períodos estipulados em contrato são apurados os valores definitivos e complementos ou estornos nas provisões são realizados.

Outras Receitas

As outras receitas incluem a receita pelo direito de passagem de outras ferrovias e receita do transporte de açúcar utilizando outras ferrovias bem como utilizando o modal rodoviário.

Custos dos serviços prestados

Combustível e lubrificantes

Custos relacionados ao consumo de diesel e lubrificantes pelas locomotivas da companhia. Estes custos são basicamente variáveis, diretamente relacionados ao volume transportado. Além disso, dois outros fatores influenciam estes custos, (i) a variação dos preços do diesel e dos lubrificantes, que podem ser acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP); e (ii) a eficiência energética das locomotivas, em que os modelos mais modernos proporcionam uma redução no consumo de diesel e lubrificantes por TKB.

Depreciação e amortização

A depreciação e amortização são calculadas de forma linear ao longo da vida útil dos ativos, a taxas que levam em consideração a vida útil estimada dos bens. Para mais detalhes da vida útil dos ativos, favor acessar as demonstrações financeiras da Companhia na sessão Central de Resultados.

Custo logístico

Incluem os custos relacionados à contratação de outros operadores ferroviários e rodoviários para transporte de determinadas cargas.

Manutenção (peças e serviços)

Custos relacionados a manutenção (peças e serviços) de material rodante (locomotivas e vagões), via permanente e tecnologia operacional, cujos benefícios previstos sejam inferiores a 12 meses.

Custos com pessoal

Incluem todos os custos com funcionários próprios relacionados à operação. O principal fator de influência nesses custos é o número de funcionários, cujos salários são corrigidos anualmente por meio de acordos sindicais, os quais são de forma geral baseados nos índices de inflação.

Arrendamento e concessão

Custos trimestrais com pagamentos das parcelas de arrendamento e concessão das Malhas Oeste, Paulista e Sul, que se estendem até o vencimento dos direitos de concessão de cada malha. As parcelas são reajustadas pela variação do IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas.

Valores em discussão judicial: Vale ressaltar que a Companhia questiona na justiça o desequilíbrio econômico financeiro dos contratos de arrendamento e concessão das Malhas Oeste e Paulista, com isso não há desembolso de caixa referente às parcelas de arrendamento e concessão da Malha Oeste e das parcelas de arrendamento da Malha Paulista, mas a Companhia mantém o registro do débito por se tratar de obrigação legal. Para mais detalhes sobre as discussões judiciais, favor acessar as notas explicativas das demonstrações financeiras da Companhia na sessão Central de Resultados.

Arrendamento operacional

Custos relacionados a contratos de aluguel, principalmente de vagões e locomotivas, cujos pagamentos são reconhecidos como custo em base linear correspondente ao prazo de vigência dos seus respectivos contratos. Como a Companhia não detém os riscos e benefícios da propriedade dos ativos, os mesmo não são capitalizados e não podem ser adquiridos por seu valor residual ao final dos contratos, caracterizando-se então como um custo de operação.

Serviço com Terceiros

Estão relacionados à contratação de profissionais terceirizados para desempenhar algumas das funções de operação e também incluem os valores pagos a contratos de prestação de serviços de diversas naturezas à Companhia. Estes custos podem variar com o volume de profissionais e ou serviços contratados e pelos reajustes anuais destes contratos por inflação.

Outros custos de operação

Incluem principalmente custos com indenizações, direito de passagem, utilities, viagens e demais custos relacionados à operação.

Despesas com vendas, gerais e administrativas

Vendas

Incluem despesas com os esforços de vendas do departamento comercial e com Provisão de Créditos para Liquidação Duvidosa (PCLD).

Gerais e Administrativas

São compostas pelas despesas da estrutura corporativa que incluem as funções de RH, Financeiro, Jurídico, TI, Suprimentos e Relações Institucionais, bem como as despesas relacionadas às atividades desenvolvidas pelo centro de serviços compartilhados.

EBITDA

A Rumo entende que o EBITDA reflete o desempenho operacional da Companhia e possibilita a compreensão da capacidade de cumprir com obrigações passivas e obter recursos para despesas de capital e capital de giro. A Companhia divulga o EBITDA, pois a métrica de desempenho é frequentemente utilizada por analistas de mercado de capitais, investidores, credores e outras partes interessadas na avaliação de empresas do setor.

O EBITDA* (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) é o lucro líquido antes dos resultados financeiros, imposto de renda e contribuição social, depreciação, amortização.

* O EBITDA não é medida utilizada nas práticas contábeis e também não representa fluxo de caixa para os períodos apresentados, não devendo ser considerado como alternativa ao fluxo de caixa na qualidade de indicador de liquidez.

Resultado Financeiro

Encargos da Dívida Bruta

Os encargos da dívida bruta estão relacionados a variações no saldo devedor e nas taxa de juros atreladas aos empréstimos e financiamentos da Companhia. Para mais detalhes sobre a Dívida Bruta da Companhia, favor acessar a sessão Endividamento e as notas explicativas das demonstrações financeiras da Companhia na sessão Central de Resultados.

Ganhos (Perdas) com Derivativos

Ganhos(perdas) com contratos derivativos utilizados para mitigar os riscos da companhia com exposições a taxa de câmbio e de juros.

Variação Cambial

Ganhos (perdas) resultantes do impacto da variação cambial sobre as dívidas tomadas em moeda estrangeira. Todas as dívidas da Companhia encontram-se protegidas contra variações da taxa de câmbio via instrumentos de hedge.

Rendimentos de Aplicações Financeiras

São compostas pelos rendimentos auferidos sobre os investimentos financeiros, geralmente em CDI (Certificados de Depósito Interbancário), que realizamos com os saldos de caixa.

Variação Monetária sobre Contratos de Arrendamento e Concessão

A variação monetária sobre os contratos de arrendamento e concessão reflete a correção, pela taxa SELIC, dos valores não pagos das outorgas das Malhas Oeste e Paulista, atualmente em discussão judicial.

Encargos sobre Arrendamento Mercantil e demais Variações Monetárias

Arrendamento Mercantil (Financeiro)

Despesas relacionadas a contratos de aluguel, principalmente de vagões e locomotivas enquadrados como arrendamento financeiro. Como a Companhia detém os riscos e benefícios da propriedade dos ativos, os mesmo são capitalizados e podem ser adquiridos por seu valor residual ao final dos contratos, caracterizando-se então como uma despesa financeira.

Os contratos de arrendamento têm diversos prazos de vigência, sendo o último vencimento a ocorrer em junho de 2022. Os valores são atualizados anualmente por índices de inflação (como IGPM e IPCA) ou podem incorrer em juros calculados com base na TJLP ou CDI. Para mais detalhes sobre os arrendamentos financeiros, favor acessar as notas explicativas das demonstrações financeiras da Companhia na sessão Central de Resultados.

Imposto de renda e contribuição social

O imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro são calculados como um percentual do lucro líquido antes dos impostos e atualmente são cobrados às alíquotas de 25,0% e 9,0%, respectivamente. A legislação brasileira permite que prejuízos fiscais sejam contabilizados em exercícios seguintes para serem compensados com impostos futuros.

Apesar de o prejuízo fiscal do imposto de renda não ter prazo para expirar, a compensação anual é limitada a 30,0% do lucro real ajustado para o ano.

Benefício SUDAM

A ALL Malha Norte obteve através da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM o direito à redução do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas – IRPJ e adicionais não restituíveis apurado sobre o lucro da exploração, por estar localizada na área de abrangência da Amazônia Legal e por ser o setor de transporte considerado empreendimento prioritário para o desenvolvimento regional.

O benefício fiscal compreende redução de 75% sobre o IRPJ e adicionais não restituíveis apurados sobre o lucro de exploração por um prazo de 10 anos, contando o início do prazo em 2008 e término do prazo em 2017. Em 30 de maio de 2014, a ALL Malha Norte obteve extensão do prazo até 2023 em contrapartida a um projeto de modernização do empreendimento situado na área da Amazônia Legal.

Investimentos

Recorrente

Os investimentos recorrentes representam manutenção de material rodante, via permanente e tecnologia operacional, cujos benefícios previstos sejam superiores a 12 meses.

Expansão

Os investimentos em expansão representam iniciativas e projetos que visam a melhoria da eficiência operacional, redução de custos, aumento de capacidade e incremento dos volumes movimentados em nossas operações.

Última atualização em 18 outubro, 2022

Última atualização em 18 de outubro de 2022